Por Carlos
COLORADO – Um semana após pipocarem na imprensa o caso do morador de Colorado do Oeste que está há sete meses em busca de uma cirurgia de troca de válvula do coração, nenhuma autoridade da saúde do município ou do estado vieram a público explicar por qual motivo não se faz o procedimento que o paciente diz precisar. Os familiares de David Cecílio da Costa, de 41 anos, internado há seis meses à espera de uma cirurgia para a troca de uma válvula no coração, apelou para a Justiça de Porto Velho, solicitando uma determinação judicial para que o procedimento seja enfim realizado com a urgência necessária.
Desde o dia 29 de fevereiro, quando procurou o Hospital Municipal de Colorado do Oeste, por sentir fortes dores no peito, David vem “perambulando” por várias unidades do Estado, sendo transferido inicialmente para o Hospital Heuro de Cacoal, onde ficou por dois meses e foi avaliado por um cardiologista que se voluntariou para analisar o caso, comovido a situação.
Segundo o diagnóstico do médico, uma válvula que David tem no coração a cerca de 20 anos estava funcionando apenas de um lado, sendo necessária sua troca com urgência. No entanto, transferido para o Hospital Regional ainda em Cacoal, o homem passou mais dois meses, até ser transferido para o Hospital de Base de Porto Velho, onde se encontra até hoje e os profissionais da unidade descartaram a necessidade de tal procedimento cirúrgico.
Entre as entradas e saídas da UTI, que foram inúmeras nos seis meses de internação, David contraiu uma bactéria em um dos hospitais de Cacoal, tendo que amputar parte do pé esquerdo. Já em Porto Velho, segundo a equipe médica, foi contaminado pelo novo Coronavírus.
“MEU IRMÃO DEU ENTRADA NO HOSPITAL ANDANDO E HOJE ESTÁ NESSA SITUAÇÃO, E OS MÉDICOS VIERAM ME DIZER QUE ELE PRECISA MAIS DA FAMÍLIA DO QUE DO HOSPITAL. NÃO QUEREM FAZER A CIRURGIA QUE ELE PRECISA”
Claudemir da Costa, irmão de David, que falou com a reportagem do FOLHA DO SUL ON LINE e relatou o drama que ele tem vivido com a desinformação por parte das equipes médicas, já tendo ficado mais na UTI do que em enfermarias, afirmou ainda que os médicos estão cogitando dar alta ao paciente, sob a alegação de que o morador de Colorado não tem problema algum, e que está apenas retirando a vaga de outros pacientes.
“Meu irmão deu entrada no hospital andando e hoje está nessa situação, e os médicos vieram me dizer que ele precisa mais da família do que do hospital. Não querem fazer a cirurgia que ele precisa, mantendo-o na ala dos pacientes com covid-19, mesmo antes de terem diagnóstico de confirmação Ele acabou sendo contaminado de fato. Esse descaso é muito triste”, desabafou Claudemir, que diz viver à espera de um milagre.
Fonte: Folha do Sul
Com informações do www.noticiadoestado.com.br