Rondônia teve destaque nacional, no JN, por causa da péssima gestão da pandemia, conduzida pelo governador Coronel Marcos Rocha (PSL).
Por Marcelo Winter – Rondônia Já
Dos 27 estados mais o Distrito Federal, Rondônia é o que tem o segundo pior índice de imunização completa contra Covid. Somente 11,58% da população tomou as duas doses da vacina e está plenamente imunizada. O percentual é muito menor do que a média nacional de 17,25%.
Rondônia só fica atrás do Amapá, que tem só 10,36% da população imunizada, mas, o governo amapaense, na reportagem exibida no Jornal Nacional de quinta-feira (22) se justifica dizendo que o estado tem mais de 140 comunidades ribeirinhas, além de municípios em que comunidades estão distantes a mais de 100 quilômetros das sedes dos municípios”. O que não é o caso de Rondônia.
Mas, então por que Rondônia tem um índice tão ruim? Uma das explicações está no ocupante da cadeira de governador, o Coronel reformado da PM, Marcos Rocha (PSL). Desde o princípio da pandemia, atuou em plena sintonia com as ideologias de seu mentor e criador, o presidente Jair Bolsonaro.
Em Rondônia, ao invés de forte pressão para que o Ministério da Saúde enviasse mais vacinas, o Coronel Marcos Rocha se contentou com a quantidade mínima que era mandada. Até mesmo o estado vizinho do Amazonas, que também tem forte presença do bolsonarismo entre a classe política lidou de forma bem diferente com esta questão, chegando até mesmo a acionar a Justiça para o recebimento de mais vacinas.
O que faltava no recebimento de vacinas, sobrava em remédios de eficácia duvidosa, o dito “Kit Covid”. Nas várias testagens rápidas feitas pelo Governo, quando era constatada a doença, rapidamente a pessoa recebia um Kit com Ivermectina, Azitromicina e, é claro, a Cloroquina, o carro chefe da propaganda fake de tratamento contra o coronavírus.
O outro lado da moeda
No outro extremo, o estado que mais fez imunização completa, com as duas doses e a dose única da Janssen, está o Mato Grosso do Sul, que é quase vizinho de Rondônia, mas, a proximidade é apenas física. A imunização de Rondônia é quase três vezes menor do que o Mato Grosso do Sul, que exibe invejável índice de 29,85% da população plenamente imunizada.
Na reportagem exibida pelo Jornal Nacional, o infectologista Júlio Croda, professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, explica que o bom desempenho do estado se deve a três fatores – inclusive o incentivo financeiro a cidades que vacinarem mais rápido.
“Primeiro: uma boa cobertura de atenção primária. Segundo: estabelecer metas de vacinação com incentivo financeiro de R$ 2,10 por vacina; e terceiro: por ter recebido um quantitativo a mais de doses, por conta de uma população indígena grande, a segunda maior do país, e por conta de um projeto específico na região de fronteiras que imunizou mais de 90% de toda população de três cidades”, explica Júlio Croda.
Fica aí uma dica para que Rondônia seja governada com mais inteligência e menos ideologia.