Porto Velho comemora 109 de criação anos nesta segunda-feira (2). A capital rondoniense foi criada em 1914, quando o governador do Amazonas, o então governador Jônatas Pedrosa, transformou o pequeno distrito de Humaitá em município, que hoje é a terceira maior capital da Região Norte.
Inicialmente, a cidade acanhada era fortemente dominada pelos americanos. A língua oficial, na época, era o inglês. Para se ter uma ideia, toda a documentação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré foi feita neste idioma.
Além disso, o menu de restaurantes, até mesmo o primeiro jornal impresso, o “Porto Velho Times”, era tudo em inglês.
Quando o governador do Amazonas decretou a criação a cidade, um major do Exército foi nomeado como superintendente. O titular exercia a função atual de prefeito e, foi naquela época, que começou o embate com os americanos.
Segundo historiadores, eles que tinham ampla concessão para exploração de toda a região. Quando a capital ainda era distrito, nunca houve interrupção por parte do prefeito de Humaitá. Mas com a nomeação do superintendente, começou o embate.
Naquele momento, a cidade foi literalmente dividida. Para evitar conflito, Porto Velho tinha uma rua divisória que era a Presidente Dutra, onde foi construída uma cerca, sendo que, da Presidente Dutra até o rio Madeira, era o lado americano. O outro lado era brasileiro.
E com o desenvolvimento do município, por volta do ano de 1931, a rua divisória foi desfeita por Aluízio Ferreira, que foi nomeado como primeiro diretor brasileira da Ferrovia Madeira-Mamoré. A partir disso, Porto Velho passou a ter uma vida mais fervorosa e desenvolvida.
Por que Porto Velho?
O professor e historiador, Célio Leandro, destaca que o nome saiu a partir da guerra do Paraguai.
“Durante esse período, foi montado um porto militar na fronteira, onde serviu de base para os militares. Passou-se a guerra e ficou como referência, então as pessoas chamavam velho porto, o porto dos militares e daí surgiu o nome de Porto Velho”, explicou.
Desenvolvimento
O já falecido historiador e pesquisador Anísio Gorayeb, autor do livro “Doces Lembranças”, que conta um pouco da história de Porto Velho nos anos 60 e 70, destacou na literatura, que a capital de Rondônia se desenvolvia a passos largos, com agricultura diversificada, onde tudo que se planta se cria.
Porto Velho começa a dar seus primeiros saltos populacionais durante a década de 1940, quando aconteceu o segundo ciclo da borracha, atraindo para a região, os nordestinos, por exemplo, e assim a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré – EFMM, passa a ganhar vigor.
Durante a década de 1980, outro ‘boom’ populacional se deu com a criação do Estado de Rondônia e também, com a descoberta do ouro no Rio Madeira em Porto Velho, e a capital se tornou o ‘Novo Eldorado’, por atrair pessoas de todo o mundo para vir trabalhar um busca deste precioso minério.
“Nesta década também foram surgindo os bairros nas zonas Sul e Leste de Porto Velho, como o Caladinho e Cidade do Lobo, devido ao garimpo, fluxo migratório e a abertura da BR-364”, relata o historiador Célio Leandro.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, o IBGE, mostram que em 22 anos, Porto Velho cresceu cerca de 38%.
Em 2000, o Censo do IBGE apontou que a capital tinha 334 mil habitantes. Neste ano, chegou a 460 mil. Os dados representam um aumento de quase 38%, ou seja, a população de Porto Velho aumentou em 120 mil pessoas em 22 anos.