Confira as notas do dia, por Cícero Moura – 16/06/2025

SEM IMPACTO
Exceto pela fala forte colocada na manchete acima, o pronunciamento do ex-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, não revelou nada estrondoso que os bastidores da política já não tenha conhecimento.
Em um pronunciamento muito esperado pelos bastidores da política de Rondônia, o ex-chefe da Casa Civil rompeu o silêncio e partiu para o ataque ao governador Marcos Rocha, a quem chamou diretamente de “covarde”.
ALVOS
Em tom incisivo, Júnior não poupou críticas, denunciou supostas irregularidades dentro do governo e levantou questionamentos sobre práticas obscuras em setores estratégicos da administração estadual.
ESPIONAGEM
Um dos pontos mais graves da coletiva foi a denúncia de “arapongagem” — termo utilizado para descrever ações de espionagem ou monitoramento clandestino — supostamente em operação dentro do governo.
DEPUTADO
Segundo ele, estaria sendo montado um sistema para investigar adversários políticos e desafetos, numa estrutura articulada com apoio do deputado estadual Ribeiro do Simpol, que, segundo Júnior, “quer mandar na Polícia Civil”.
INTERFERIU
Para ele, o parlamentar tem influência direta nas recentes movimentações internas da corporação.
EXONERADOS
Júnior criticou duramente a exoneração de delegados que gozavam da confiança da cúpula da Segurança Pública.
“ESTRANHO”
Apontou como “estranha” a troca de comando na Polícia Civil após elogios públicos do próprio governador ao então chefe e à delegada-adjunta.
RETALIAÇÃO
Segundo ele, essas mudanças seriam motivadas por interesses políticos, e uma das delegadas removidas estaria justamente à frente de uma investigação envolvendo o deputado Ribeiro, o que para Júnior caracteriza retaliação institucional.
DETRAN
Outro ponto de alta tensão foi a acusação sobre o contrato entre o Detran-RO e a empresa Uzzipay, levantando suspeitas de favorecimento.
CURIOSO
Júnior destacou o tema no sentido de lembrar que a empresa era, anteriormente, gerenciada pelo irmão do governador — hoje ocupando o posto de diretor-geral do próprio Detran.
CURIOSO 2
Júnior deu a entender uma suspeição, sugerindo o que poderia ser conflito de interesses e que também poderia haver possíveis irregularidades no processo de contratação.
NUNCA MANDOU SOZINHO
Durante a entrevista, Júnior também desmentiu a versão de que teria agido de forma autônoma à frente da Casa Civil.
CIENTE
Deixou claro que o governador sempre soube de tudo, assim como sua esposa, que teria papel ativo nas decisões políticas e administrativas.
SEM INDEPENDÊNCIA
Júnior disse” “A Casa Civil não é ordenadora de despesas. Quem coordenava tudo era ele e a primeira-dama”, afirmou, num esforço de se distanciar de eventuais responsabilidades administrativas que possam vir à tona.
RACHA
As declarações de Júnior Gonçalves revelam não apenas um rompimento político pessoal, mas um racha institucional profundo dentro do núcleo duro do governo Marcos Rocha.
REAÇÃO
As acusações sobre espionagem política, interferência na polícia, favorecimentos contratuais e manipulação de investigações colocam em xeque a lisura do governo e devem reverberar no ambiente político, jurídico e midiático nos próximos dias.
PROVIDÊNCIAS
Se confirmadas, as afirmações de Júnior representam uma grave ameaça à integridade das instituições públicas de Rondônia, e abrem caminho para cobranças do Ministério Público, da Assembleia Legislativa e da sociedade civil por apuração imediata e imparcial.
MARCOS ROCHA
O silêncio do governador diante das acusações, se mantido, tende a ser interpretado não como estratégia, mas como conivência ou fragilidade política. O episódio acirra a tensão no cenário pré-eleitoral e pode redefinir alianças e estratégias para 2026.
OUTRO LADO
Sobre a citação do DETRAN, o Departamento Estadual de Trânsito de Rondônia esclarece que qualquer insinuação de irregularidade ou ilegalidade em seus atos administrativos não condiz com a verdade.
NÃO EXISTE
Ressalta que não possui contrato com nenhum grande grupo de Rondônia no valor de R$ 72 milhões. Inclusive, qualquer cidadão pode consultar todos os convênios e contratos que são atos públicos.
FIM DO ROMANCE
O PSDB e o Podemos decidiram na sexta-feira (13.06) não seguir com a fusão que negociavam desde o começo de 2025. O motivo principal foi o impasse sobre quem iria comandar o novo partido pelos próximos quatro anos.
COMANDO
O Podemos, liderado pela deputada Renata Abreu (SP), queria ficar no controle da legenda unificada durante todo esse período. Já o PSDB, que tem como presidente Marconi Perillo, defendia que a direção fosse compartilhada, com um sistema de revezamento entre os dois partidos. Como não houve acordo, as negociações foram encerradas.
MÊS PASSADO
No dia 05 de junho, o PSDB havia aprovado a fusão com o Podemos em convenção, com 201 votos favoráveis e apenas 2 contrários. A fusão partidária é uma união definitiva entre dois ou mais partidos, que passam a funcionar como um só, com estatuto, diretórios e CNPJ únicos. Diferente da federação, a fusão não permite que os partidos se separem depois.
DELICADO
Essa desistência acontece num momento difícil para o PSDB, que enfrenta queda na representatividade e perda de lideranças importantes. O partido, que já governou o país e disputou eleições presidenciais por anos, hoje tem 13 deputados federais e três senadores. Recentemente, políticos importantes, como os governadores Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), deixaram o PSDB e foram para o PSD.
OUTRAS OPÇÕES
Mesmo com o fim da fusão com o Podemos, o PSDB segue buscando novas alianças. O partido já retomou conversas com Republicanos, MDB e Solidariedade para formar uma federação.
RONDÔNIA
Em nosso Estado, a nova decisão beneficia o ex-prefeito Hildon Chaves que agora não precisa mais correr atrás de legenda para concorrer ao governo no ano que vem.
RONDÔNIA 2
Hildon permanece no PSDB rondoniense que tem como presidente estadual Lindomar Carreiro, do Sandubas. Lindomar é um dos maiores entusiastas da candidatura de Chaves ao CPA.

RONDÔNIA 3
Lindomar me disse que ainda hoje deverá ter reunião com Hildon Chaves para começar um trabalho de articulação voltado a 2026. Para o grupo poderiam vir nomes fortes como dos deputados federais Tiago Flores e Sílvia Cristina.

RONDÔNIA 4
Aliás, os dois políticos federais poderiam compor uma chapa majoritária com Chaves. É aguardar para ver o quanto de água ainda vai passar em baixo dessa ponte, ou melhor, o quanto de palha ainda vai ser usada para fortalecer o novo ninho.
FRASE
Um governo precisa apenas saber vagamente o que a traição é, e vai contribuir para o despotismo