O livro está na disputa pela categoria infantojuvenil e conta com votação popular até dia 6 de julho de 2025. A iniciativa valoriza produções literárias externas ao público jovem que celebra a cultura afro-brasileira e as tradições de matriz africana. O livro de Cledenice, em versão bilíngue (português/inglês), foi desenvolvido a partir do projeto de extensão “Cine Itinerante: Educação, Arte e Cultura Cinematográfica em Instituições de Ensino”, aprovado pelo Edital FUNCULTURAL de 2023 com recursos da Lei Paulo Gustavo.
Em 2024, o projeto foi institucionalizado por meio do Edital nº 3/2024/PVCAL – CGAB/IFRO, e culminou na publicação da obra que agora ganha destaque nacional. Atualmente, Cledenice está afastada de suas atividades no IFRO para realizar seu pós-doutorado em História da Amazônia na Universidade Federal do Pará (UFPA), sob a supervisão do professor Dr. Décio Marco Antônio de Alencar Guzmán. Sua produção acadêmica e cultural é educação, identidade afrodescendente e valorização das narrativas da diáspora negra na Amazônia.
Com ilustrações de Flávio Dutka, tradução de Wany Sampaio e projeto gráfico de Israel de Souza, a obra narra a história de uma família que migra de Barbados para a região amazônica brasileira, traçando conexões entre o Caribe e o Rio Madeira. Além de integrar o prêmio Erê Dendê, o livro também está inscrito no prestigiado Prêmio Jabuti 2025. Cledenice Blackman é doutora em Educação, membro da Academia Rondoniense de Letras, integra o Grupo de Pesquisa em Educação, Filosofia e Tecnologias (GET/IFRO) e o Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual na Educação (NUDISE/UNESP/Marília). Sua atuação é marcada por projetos que valorizam o patrimônio cultural afrodescendente, a inclusão e a educação crítica. A votação ocorre no site do Prêmio Erê Dendê e o resultado preliminar do prêmio será divulgado no dia 15 de julho de 2025, no site oficial do evento e nas redes sociais.
Servidor do IFRO é selecionado para programa internacional de combate ao racismo no Peru
O Professor Sérgio Nunes de Jesus, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Cacoal, foi um dos 50 docentes brasileiros selecionados para participar do Programa de Intercâmbios Sul-Sul – Edição Peru, iniciativa do projeto Caminhos Africanos. A ação é promovida pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR), em parceria com a Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM), de Lima, no Peru, com o apoio da CAPES. O programa tem como foco a formação para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial, por meio de intercâmbios internacionais de curta duração.
A edição de 2025, que ocorrerá entre os dias 24 de agosto e 7 de setembro, contará com ações formativas em parceria com a universidade peruana, além de visitas guiadas a escolas, museus e espaços históricos. A iniciativa é voltada a docentes da educação básica de instituições públicas brasileiras que se autodeclaram pretos, pardos ou quilombolas.
Para o Professor Sérgio Nunes, a seleção representa uma oportunidade singular de crescimento e impacto institucional. “A participação no programa oferece uma oportunidade única de desenvolvimento profissional, permitindo aprimorar habilidades e conhecimentos em um contexto internacional. Além disso, promove um valioso intercâmbio cultural entre Brasil e Peru”, destaca.
O docente ainda enfatiza que a participação fortalece o compromisso do IFRO com as políticas de ações afirmativas e a promoção da igualdade racial. “Com a participação no programa, podemos contribuir diretamente para o fortalecimento de políticas públicas voltadas à superação do racismo. É uma chance de desenvolver práticas pedagógicas mais inclusivas, além de ampliar nossa rede de contatos e de cooperações internacionais, com impacto direto na formação continuada e na vivência da diversidade nos campi do IFRO”, afirma.
O Caminhos Africanos: Programa de Intercâmbios Sul-Sul tem como objetivos centrais promover o combate ao racismo, estimular a produção de pesquisas e o desenvolvimento de políticas públicas inclusivas. A iniciativa visa ainda ao fortalecimento da formação inicial e continuada de docentes com foco na Educação das Relações Étnico-Raciais, conforme preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais e a legislação educacional vigente.
Segundo o professor, um dos principais ganhos está na possibilidade de compartilhar as experiências adquiridas com a comunidade acadêmica e escolar: “Ao retornar, espero inspirar outros profissionais e contribuir para a melhoria das práticas educacionais no IFRO e em outras instituições da nossa região”, conclui.
Selecionado entre quase mil inscritos, o Professor Sérgio Nunes levará ao intercâmbio sua trajetória na educação básica e sua atuação comprometida com a construção de uma sociedade mais justa, plural e igualitária.
Imprensa IFRO