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COP30: Lula defende “justiça climática” para combater fome e pobreza

“É a hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, disse Lula

Belém – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a Cúpula do Clima nesta quinta-feira (6/11), no Pará. O evento reúne chefes de Estado e antecede a 30º Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que começa na próxima segunda-feira (10/11).

Em seu discurso, Lula defendeu “justiça climática” como uma aliada no combate à fome e à pobreza mundiais e ressaltou a importância do Acordo de Paris, tratado internacional adotado em 2015 com metas para limitar o aquecimento global e combater as mudanças climáticas.

“A justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva”, ressaltou Lula.

“Não podemos abandonar o objetivo do Acordo de Paris. O relatório de emissões da ONU estima que o planeta caminha para ser 2,5 °C mais quente até 2100. Segundo o mapa do caminho Baku-Belém, as perdas humanas e materiais serão drásticas. Mais de 250 mil pessoas poderão morrer a cada ano, o PIB global pode encolher até 30%. Por isso, a COP30 será a COP da Verdade. É o momento de levar a sério os alertas da ciência, de encarar a realidade se teremos a coragem e determinação para transformá-la”, completou.

“Coragem política”

O Arraial do Pavulagem, grupo de música regional criado em 1987, deu as boas-vindas ao público, que lota o auditório do Parque da Cidade de Belém.

Logo depois, o secretário-geral da ONU, António Guterres, antecedeu Lula e disse que “energia limpa vence em preço, performance e potencial, oferecendo a solução para transformar nossas economias e proteger nossas populações”.

Ele cobrou das nações “coragem política”. “Combustíveis fósseis ainda contam com vastos subsídios, dinheiro dos contribuintes. Muitas corporações estão fazendo lucros com a devastação climática, e bilhões gastos em lobby para enganar o público e obstruir o progresso”, observou.

Destacam-se Emmanuel Macron (França), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Keir Starmer (Reino Unido) e Cyril Ramaphosa (África do Sul). Algumas ausências também foram destacadas. Não foram enviados representantes dos Estados Unidos, da China e da Argentina.

Lula é o primeiro a discursar na plenária. O presidente também oferecerá um almoço aos países que sinalizaram aportes no Fundo Tropical das Florestas (TFFF, na sigla em inglês). Trata-se de uma “verba”, a ser composta principalmente por investimento de países desenvolvidos e do setor privado, destinada a países em desenvolvimento para manutenção climática.

Financiamento climático

Um dos grandes objetivos do Brasil para a presidência da COP é implementar os mecanismos para o financiamento climático. E, nesse rol, destaca-se justamente o TFFF. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi estabelecida como meta para este programa específico a captação de US$ 10 bilhões até o fim do próximo ano.

Como mostrou o Metrópoles, o governo mapeou mais de 20 países que sinalizaram aportes ao TFFF; entre eles, Alemanha, França, Noruega, Reino Unido, República do Congo e Suécia.

Até o momento, porém, somente US$ 2 bilhões foram aportados – US$ 1 bilhão pelo Brasil e outro US$ 1 bilhão pela Indonésia. O objetivo é captar US$ 25 bilhões provenientes de governos, e outros US$ 75 bilhões com o setor privado. Na COP, tem crescido a demanda para que as empresas participem do processo de renovação climática.

Líderes

A Cúpula dos Líderes reúne altos representantes de governos para dar o ritmo e estabelecer os limites da atuação dos países durante a COP, que tem participação mais ampla e deliberativa. Nesse sentido, ocorrem nesta semana uma série de agendas bilaterais que precedem o evento, para convencer os pares a colocarem dinheiro no fundo.

As reuniões seguem até esta sexta-feira (7/11), com discussões sobre clima e natureza, transição energética e sobre o balanço dos 10 anos do Acordo de Paris. (Metrópoles)

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