“É a hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, disse Lula

Em seu discurso, Lula defendeu “justiça climática” como uma aliada no combate à fome e à pobreza mundiais e ressaltou a importância do Acordo de Paris, tratado internacional adotado em 2015 com metas para limitar o aquecimento global e combater as mudanças climáticas.
“A justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva”, ressaltou Lula.
“Não podemos abandonar o objetivo do Acordo de Paris. O relatório de emissões da ONU estima que o planeta caminha para ser 2,5 °C mais quente até 2100. Segundo o mapa do caminho Baku-Belém, as perdas humanas e materiais serão drásticas. Mais de 250 mil pessoas poderão morrer a cada ano, o PIB global pode encolher até 30%. Por isso, a COP30 será a COP da Verdade. É o momento de levar a sério os alertas da ciência, de encarar a realidade se teremos a coragem e determinação para transformá-la”, completou.
“Coragem política”
O Arraial do Pavulagem, grupo de música regional criado em 1987, deu as boas-vindas ao público, que lota o auditório do Parque da Cidade de Belém.
Ele cobrou das nações “coragem política”. “Combustíveis fósseis ainda contam com vastos subsídios, dinheiro dos contribuintes. Muitas corporações estão fazendo lucros com a devastação climática, e bilhões gastos em lobby para enganar o público e obstruir o progresso”, observou.
Destacam-se Emmanuel Macron (França), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Keir Starmer (Reino Unido) e Cyril Ramaphosa (África do Sul). Algumas ausências também foram destacadas. Não foram enviados representantes dos Estados Unidos, da China e da Argentina.
Lula é o primeiro a discursar na plenária. O presidente também oferecerá um almoço aos países que sinalizaram aportes no Fundo Tropical das Florestas (TFFF, na sigla em inglês). Trata-se de uma “verba”, a ser composta principalmente por investimento de países desenvolvidos e do setor privado, destinada a países em desenvolvimento para manutenção climática.
Financiamento climático
Um dos grandes objetivos do Brasil para a presidência da COP é implementar os mecanismos para o financiamento climático. E, nesse rol, destaca-se justamente o TFFF. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi estabelecida como meta para este programa específico a captação de US$ 10 bilhões até o fim do próximo ano.
Como mostrou o Metrópoles, o governo mapeou mais de 20 países que sinalizaram aportes ao TFFF; entre eles, Alemanha, França, Noruega, Reino Unido, República do Congo e Suécia.
Líderes
A Cúpula dos Líderes reúne altos representantes de governos para dar o ritmo e estabelecer os limites da atuação dos países durante a COP, que tem participação mais ampla e deliberativa. Nesse sentido, ocorrem nesta semana uma série de agendas bilaterais que precedem o evento, para convencer os pares a colocarem dinheiro no fundo.



