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Com mais de cem anos, Porto Velho é a única capital brasileira que não tem um hospital para atender seus quase 600 mil habitantes

Com mais de cem anos, Porto Velho é a única capital brasileira que não tem um hospital para atender seus quase 600 mil habitantes

Uma garantia o gestor já tem: o Sistema Único de Saúde (SUS) banca 30% da despesa de custeio, mas prefeitos de Porto Velho não querem bancar o resto e população é quem sofre

PORTO VELHO – Se existe uma situação altamente contrastante na administração pública brasileira – e em Porto Velho e Rondônia não é diferente – é fazer uma visita a uma repartição pública onde trabalham os setores administrativos e, sobretudo, o entorno do gabinete de prefeitos, secretário e também de vereadores e uma visita a uma unidade de saúde, já que não podemos dizer que se pode fazer visita a um hospital municipal em Porto Velho, a única capital brasileira a não oferecer atendimento hospitalar próprio aos seus habitantes. 

Em Porto Velho, quando você fica doente e precisa ser internado, você sempre será internado em um hospital do Governo do Estado.

Todos os prefeitos, desde o fim da era dos prefeitos nomeados – o último nomeado por Brasileira foi o engenheiro Sebastião Valadares, até 1985 – e depois José Guedes, nomeado pelo governador Ângelo Angelin. Guedes depois fora eleito depois pelo voto popular, sempre alegam falta de recursos para a manutenção de um hospital.

Mas a verdade é que ninguém nunca levou a questão a sério, talvez pela falsa comodidade de Porto Velho ter vários hospitais do Governo do Estado.

Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) pagar 30% da despesa de um hospital municipal , garantindo repasses de verbas federais, sucessivos prefeitos de Porto Velho não querem nem cogitar a construção de um hospital para atender os quase 600 mil moradores da capital. Só uma grande mobilização da sociedade, cobrando de todos os órgãos e políticos eleitos pelo povo para essa demanda andar e Porto Velho deixar de ser a única capital- entre as 27 brasileiras – a não oferecer serviço de saúde de qualidade aos seus habitantes, com um hospital próprio.

Do contrário, mais de um século depois de ser emancipado político e administrativamente, a sociedade portovelhense estará fazendo a opção por manter um sistema de saúde do tempo em que Rondônia era Território e tinha apenas dois municípios – a capital e Guajará-Mirim.

Na época a saúde do então Território foi dividida em três regiões: 1ª Porto Velho, 2ª Guajará-Mirim e 3ª na BR a partir de Ariquemes no rumo sul, esta última administrada pela (depois extinta) Fundação Sesp e sem um apoio do governo do Território, e a seguir do Estado, os novos municípios implantaram seus prontos-socorros e alguns seus próprios hospitais municipais.

Em Porto Velho até o início da década de 1980 o pronto-socorro/hospital era o “Orlando Marques”, substituído depois e instalado no Hospital de Base e, posteriormente, pelo João Paulo II, que, como os outros continua sendo, apesar dos esforços das sucessivas equipes de atendimento, uma espécie de depósitos de doentes oriundos até da Bolívia.

Mas a resistência dos prefeitos, conforme um médico que entende bem do assunto, reside no fato de que, apesar dos 30% de despesas serem garantidas pelo Governo Federal pelo programa SUS, a prefeitura tem de arcar com o restante. O grande gargalo, ainda conforme a fonte ouvida, está no peso do quadro de pessoal, mas isso não seria empecilho se o prefeito resolvesse sair “da sombra” e atender a uma das grandes reivindicações da sociedade portovelhense.

Mas há quem duvide que, caso um convênio com o Estado, repassando responsabilidade do pagamento desse pessoal, os prefeitos não vão querer assumir o percentual restante. Com certeza alegando, como sempre, falta de dinheiro, mas eles não querem de maneira alguma abrir mão de contratações sem concurso e outras coisas que poderiam ser dispensadas a favor do atendimento de uma reivindicação comum na população, acrescentou a fonte consultada.

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