Cerca de 2,5 mil indígenas, na região Madeira-Mamoré, estão sem água potável e sem comida. A informação foi prestada pela deputada Dra. Taíssa (PSC) em discurso na sessão ordinária de terça-feira (4), na Assembleia Legislativa. De acordo com a parlamentar, algumas crianças das aldeias apresentam quadro de diarreia e febre.
Conforme estimativa, são cerca de 500 famílias vivendo esse drama. Ela esteve na região na sexta-feira (1), narrou o que viu e cobrou soluções para o problema. Antecipou que já comunicou a situação aos órgãos competentes, mas aproveitou para pedir apoio também dos demais deputados e das Organizações Não Governamentais (ONGs).
Taíssa, que usava um cocar multicolorido doado por uma etnia e ficou com o adorno na cabeça durante todo o discurso na sessão plenária, frisou que foi eleita justamente para ser a voz de quem não tem voz e por este motivo foi até a região, inundada pela cheia do Rio Pacaás Novos, para saber exatamente o que está ocorrendo. Falou que a cheia cobriu os poços artesianos. “Os índios não têm mais água potável e comida, ou seja, estão sofrendo com sede e fome. Estão sem galinha, sem patos e sem condições de caçar devido às alagações,” explicou.
“É preciso fazer esse alerta. No dia 19 de abril, é o Dia dos Povos Indígenas, aí muita gente vai fazer manifestação bonita, mas os eles estão precisando de ajuda é agora. Não adianta falar que a responsabilidade é só da Funai. Temos que nos mobilizar agora neste grito de socorro nas aldeias. Peço que todos tenham esse olhar para levar dignidade aos que estão precisando do básico do básico neste momento,” disse.
Dra. Taíssa listou que as comunidades mais atingidas pelas enchentes são Capoeirinha, Graças a Deus, Tanajura, Santo André, Bom Futuro, Rio Negro Alcaia, Encrenca, Boa Vista e outras comunidades extrativistas.
Texto: Antônio Pessoa I Secom ALE/RO
Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO