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Esron de Menezes fala dos primeiros anos da energia elétrica no Território do Guaporé

Esron de Menezes fala dos primeiros anos da energia elétrica no Território do Guaporé

Viviane Vieira de Assis Paes – escritora, jornalista e consultora de Comunicação e Estratégias

Em 2004 estive na residência do historiador Esron de Menezes, localizada no tradicional bairro do Caiari, uma das antigas casas ainda do período da nacionalização da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré – EFMM. Minha missão era convidá-lo a escrever algo sobre a energia elétrica nos primeiros anos da cidade de Porto Velho.

Ele é o autor dos livros: Retalhos para História de Rondônia e Território Federal de Rondônia, onde escreve fatos que estudou ou vivenciou. O capitão Esron de Menezes nasceu em Humaitá (AM), no entanto, sua família residia na região desde a década de 20. Seu pai, também militar, foi vereador e acompanhou os muitos imbróglios entre a administração da Ferrovia e a Superintendência do Município de Porto Velho. Naquela ocasião, o major Fernando Guapindaia era o superintendente.

O professor Esron, assim chamado por muitos, modestamente disse que tentaria escrever algo, porque estava aposentado da função de escritor, mas “não resisto a um desafio da história de Rondônia. Vai sair algo, não sei se o que esperam, entretanto sairá”, explicou sorrindo.

Na página 39 do livro “Memória da Energia Elétrica de Rondônia” com o título: Vivenciando os primeiros anos da energia elétrica, o historiador Esron de Menezes, nos brinda com um texto inédito das discussões entre as duas partes que administravam Porto Velho, capital do então Território Federal do Guaporé.

“Na primeira gestão de major Guapindaia, no triênio 1917-1920, permanecia a questão entre a Madeira-Mamoré e o município de Porto Velho”. Perdurava forte animosidade entre o gerente da Concessionária e o gestor da Administração municipal, decorrente da delimitação da área do patrimônio da cidade. A energia elétrica gerada nos pátios da EFMM, na chamada usina a gás podre, só chegava até a Rua da Divisória, a atual Avenida Presidente Dutra.

Depois de muito trabalho e discussões políticas, somente na administração do superintendente Tanajura é que os moradores seriam beneficiados com a energia elétrica da única usina da cidade. “Ele conseguiu que se estendesse a distribuição às repartições do município e principais casas comerciais da Avenida Sete de Setembro”.

O capitão que não se gabava de sua patente

No dia 17 de janeiro de 2009, o colega articulista e jornalista Lúcio Albuquerque escreveu um artigo emocionado sobre o falecimento do historiador Esron de Menezes, onde detalhou a relevância do amigo para o Estado. Abaixo trecho desse relato que tomei a liberdade de reproduzir. Jamais conseguiria escrever um texto tão pessoal de alguém com quem não convivi.

“Neste sábado, foi o Esron. Aliás: Esron Penha de Menezes, fundador da Guarda Territorial (atual Polícia Militar), professor, jornalista, colunista, historiador, escritor, maçom graduado (desculpem se erro na indicação) a 65 anos da Loja União e Perseverança. Natural de Humaitá (AM), 94 anos completados dia 27 de dezembro passado, desde 1927 morando em Porto Velho, Esron foi absorvendo informações sobre a construção de Porto Velho, do Território Federal, do Estado durante mais de meio século ativamente ligado na política e na administração.

Apenas para lembrar a importância de Esron para a organização de Rondônia, coube-lhe, quando da abertura da BR-29, atual BR-364, a responsabilidade de fazer a ponte entre o Governo do Território e as empresas construtoras que atuaram em Rondônia; aliás, Esron estava em Vilhena, quando o presidente JK chegou para derrubar a última árvore entre as duas turmas de trabalhadores da construção da estrada”.

Leia mais: https://www.gentedeopiniao.com.br/historia/faleceu-esron-penha-de-menezes

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