Cargo anteriormente era ocupado por Sérgio Papellin
Anunciado pelo Fortaleza, o executivo de futebol Bruno Costa é figura conhecida em Rondônia. O dirigente concedeu entrevista ao Globo Esporte e já havia assegurado que seguiria novos rumos no futebol depois da temporada na Major League Soccer, onde estava pelo San Jose Eathquakes. À época, inclusive, ele assegurou que havia propostas do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa também.
– Foi uma decisão minha profissional. Depois de oito anos, decidi não renovar meu contrato com o clube dos Estados Unidos. Então aproveitei esse momento para ver a família, conversar um pouco para tomar a melhor decisão. Mas é isso, a MLS ela cresce, é a Liga que mais cresce no mundo hoje em dia. A Copa do Mundo de 2026 será realizada nos Estados Unidos – afirmou.
Em nova conversa, agora ao ge.globo/ro, após a confirmação do nome, Costa afirmou sucintamente que é uma oportunidade “excelente com grande projeto e pessoas sérias”.
No bate-papo com o Globo Esporte Rondônia, Bruno Costa destacou o trabalho evidenciado pelas promessas que apareceram na lista Next Generation, do The Guardian.
– Ele sempre coloca uma lista de 60 melhores jogadores do mundo sub-17. E pela primeira vez na história do futebol dos Estados Unidos dois jogadores do nosso clube. Do clube que eu representava San José Earthquakes entraram nessa lista o Cruz Medina e o Fidel Barajas que é uma coisa que nunca aconteceu. O Brasil, por exemplo, o Palmeiras colocou três atletas nessa relação: o Endrick, Luis Guilherme e Vitor Reis. E Kauã Elias, do Fluminense. Então, realmente mostra o trabalho que a gente fez, além de ter levado quatro jogadores brasileiros nessa última temporada que foram destaques dentro da Liga – conta.
Executivo de futebol com experiência em Seleção, Flu e na MLS é o convidado do GE
Com contrato de três anos, Bruno chega em Fortaleza ainda em 2023 ao Centro de Excelência Alcides Santos e fará parte do processo do planejamento para 2024. Bruno Costa trabalhava na MLS, Liga dos Estados Unidos. No Fluminense e no Figueirense, ele foi diretor das categorias de base. Na entrevista, ele conta como foi a convivência com grandes nomes do futebol nacional.
– Eu tive dez anos na Seleção. Na minha primeira passagem, tive o prazer de acompanhar nas seleções de base o surgimento do Neymar, do Philippe Coutinho, do próprio Marcelo que foram atletas convocados para as seleções sub-15 do Brasil. Vinícius Júnior, Rodrygo, esses atletas que hoje despontam já eram atletas de nível técnico diferente com 12, 13, 14 anos. E obviamente também tem outros jogadores, no caso do Fernandinho, do próprio Thiago Silva, que foram atletas que acabaram arrebentando assim um pouco mais tarde. Mas sim, o Neymar desde o começo da sua carreira, já no Santos, ele já era um atleta com uma qualidade técnica diferente dos outros – conta.
O Marcelo, eu trabalhei com o Marcelo desde os quatorze anos de idade. O Marcelo era meia esquerda, acabou virando lateral porque sempre foi um atleta com muita qualidade técnica. A gente foi campeão sul americano juntos. Eu como supervisor da seleção de base em 2005, na Venezuela. Depois, chegamos na final do mundial sub-17 e no ano seguinte o Marcelo em 2006 foi vendido para o Real Madrid para substituir o Roberto Carlos, e o substituiu à altura. O maior vencedor do futebol na história do Real Madrid. É uma pessoa formidável, carioca da gema – relata.
Além dos nomes já consagrados no futebol nacional, Costa teve experiência com atletas emergentes. Dentre os nomes destacados na reportagem, ele citou Adryelson, destaque do Botafogo durante a campanha no Campeonato Brasileiro 2023.
– Eu vou dar um caso bacana. Obviamente eu como nortista, como rondoniense a gente fazia muitas observações com as seleções de base no Nordeste. Eu tenho dois casos emblemáticos, primeiro em 2012, fui ao Sport de Recife fazer um monitoramento. Cheguei no Sport e tinha um atleta que tinha somente três meses de Sport. Conversei com o Cícero (Souza, ex-diretor de futebol do Sport), na época, diretor executivo de futebol. E falei: Cícero esse atacante tem um bom perfil e a gente vai convocar ele. Era o Joelinton e que acabou virando volante e meia. Depois em 2014 retornei ao Sport de Recife, o Adryelson foi convocado para a Seleção, agora esteve na principal. E o Everton Cebolinha, na época, no Fortaleza. Nessa mesma viagem de observação, foi observado, eu fiz a observação do Everton num jogo do Ceará x Fortaleza do sub-16. Então é muito importante a gente ver que o talento. Ele tem no Brasil todo – afirma.
Bruno Costa tem 43 anos e é formado e pós-graduado em Gestão Esportiva. É, atualmente, professor dos cursos de Gestão Esportiva e de Executivo de Futebol pela CBF Academy. No começo da carreira, estudou por cinco anos nos Estados Unidos. Em 2016, retornou aos Estados Unidos como executivo de futebol do Fort Lauderdale Strikers e desde 2017 foi diretor de scouting do San José, uma das principais equipes da MLS.
– É o departamento que hoje mais cresce dentro do futebol mundial. O departamento de análise de mercado de scouting. Eu agora fui diretor do departamento no San Jose Earthquakes por sete anos, uma das equipes mais tradicionais de futebol dos Estados Unidos. Nesse momento do futebol brasileiro e mundial que vem passado com a chegada das SAFs, essa organização que a gente tem dentro do futebol é fundamental. Que são as tomadas de decisões, as contratações, os atletas sejam muito bem analisadas. Usando não somente dados analíticos para essa tomada de decisão, mas obviamente também, os dados subjetivos com o conhecimento que a gente tem do mercado, para tomar a melhor decisão na hora de contratar um atleta.
O cargo de Bruno Costa anteriormente era ocupado por Sérgio Papellin, que saiu rumo ao Remo. Na apresentação no nome ao clube, Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, exaltou a especialidade do dirigente.
– Bruno Costa é um especialista em futebol, em gestão, em técnicas de escolha de jogador. Utilizando sempre base de dados, números e conhecimento de campo. Um cara que tem um espaço internacional muito grande, tem conexões em países da Europa, em países da América do Sul e fala três idiomas. É um profissional muito qualificado para ocupar a função de executivo do Fortaleza pra nos ajudar nos objetivos nos próximos três anos e também no processo de internacionalização da nossa marca – disse Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza.
Em 2024, o Fortaleza disputará o Campeonato Cearense, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Série A do Brasileirão e Copa Sul-Americana.