spot_img
InícioGeralHá (de fato) alguma chance de Dilma voltar ao poder?

Há (de fato) alguma chance de Dilma voltar ao poder?

Há (de fato) alguma chance de Dilma voltar ao poder?

Dilma
© Paulo Whitaker / Reuters Dilma Rousseff minutos após receber intimação para se afastar do cargo: para analistas, são baixas as chances da petista voltar ao Planalto

 

São Paulo – “Não esmoreço. Olho para trás e vejo tudo o que fizemos. Olho para frente e vejo tudo o que precisamos e podemos fazer”. Foi com essas palavras que, há um mês, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) se despediu do exercício de seu mandato.

Nos últimos 30 dias, a petista cumpriu o papel (ao menos diante das câmeras) de quem não desiste fácil: povoou as redes sociais com críticas à atual gestão, viajou pelo país para engrossar o coro dos que gritam “fora, Temer” e declarou apoio até à convocação de um plebiscito para consultar a população sobre a possibilidade de novas eleições ainda neste ano.

No entanto, segundo especialistas sondados por EXAME.com, essa estratégia não será suficiente para reverter o placar hoje desfavorável a ela no Senado Federal.

Há um mês, 55 senadores votaram pela abertura do julgamento de impeachment contra a petista e seu consequente afastamento.

Em outros termos, se nenhum senador mudar seu voto, a Casa já teria o necessário para impedir o mandato da presidente afastada. Vale lembrar: para que o processo seja levado a cabo, é necessário que 2/3 (54 votos) dos senadores o aprovem.

O Senado que irá votar o impeachment, provavelmente, no início de agosto será sutilmente diferente daquele que afastou Dilma em maio.

Ao menos cinco parlamentares que não estavam presentes há um mês devem acompanhar a votação: dois deles são suplentes de hoje ministros de Michel Temer (PMDB), um substitui o senador cassado Delcídio do Amaral e os outros dois faltaram na primeira votação, garantindo por tabela mais dois votos favoráveis à presidente. Desse grupo, a projeção da Prospectiva é de que apenas um vote contra o fim do mandato da petista.

Há ainda cinco senadores que apoiaram a abertura do processo, mas que ainda se declaram indecisos sobre seu voto final. Se todos os membros desse grupo realmente mudarem seu voto, Dilma Rousseff ganha uma chance de virar o jogo. Mas, para os analistas consultados por EXAME.com, essa possibilidade é baixa.

Na balança 

A razão para isso está centrada em um dos principais fatores que colocou o mandato de Dilma Rousseff em xeque. Mais do que o clamor das ruas ou o avanço da operação Lava Jato, o que reduziu as chances da petista de se manter no poder foi sua inabilidade política para costurar acordos e manter a própria base.

“A explosão do governo foram os fatores externos, mas a implosão foi a falta de diálogo”, afirma Thiago Aragão, diretor de estratégia da Arko Advice. “Foi um governo inábil sem a menor noção de como se faz política dentro de um ambiente econômico deteriorado”.

Veja também