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Mais de 300 ocorrências de racismo são registradas em cinco anos em Rondônia, segundo Sesdec

Mais de 300 ocorrências de racismo são registradas em cinco anos em Rondônia, segundo Sesdec

No dia 28 de outubro de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o crime de injúria racial é equiparável ao de racismo. Com isso, ele se torna imprescritível, ou seja, não tem prazo para ser julgado.

“O que os ministros do Supremo Tribunal fizeram foi reconhecer a injúria como uma prática específica do racismo, ou seja, ela é mais uma prática”, explicou Leandro Fonseca, psicólogo do Tribunal de Justiça (TJ-RO).

'Racismo é uma ideologia de exclusão', diz a antropóloga Marina Mello — Foto: EPA

‘Racismo é uma ideologia de exclusão’, diz a antropóloga Marina Mello — Foto: EPA

Segundo um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), em cinco anos, 372 ocorrências de racismo foram registradas em Rondônia. No mesmo período, 11 pessoas foram condenadas pelo TJ-RO por crimes referentes a racismo e injúria racial.

Crimes de racismo em Rondônia

Ano Ocorrências Condenações
2017 87 1
2018 72 2
2019 88 4
2020 79 3
2021* 46 1

Ao g1, a Sesdec explicou que “a coleta é feita através de boletim de ocorrência. A pessoa que se sente ofendida vai até uma delegacia e registra essa queixa ou também, caso seja visto algo pela internet, a nossa investigação procura os envolvidos para tomar as medidas cabíveis”. A secretaria também evidenciou que não há um campo específico para o registro de crimes de injúria racial.

O TJ-RO não explicou o porquê do número de condenações ser, como em 2019, 352% menor do que o número de registros de ocorrência. Para Leandro Fonseca, a legislação ainda passa por dificuldades em tipificar os tipos de racismo.

“A nossa legislação, embora tenha avançado, não dá conta de prever todos esses outros dispositivos de violência étnico-racial, como por exemplo, o racismo recreativo, que é uma prática de racismo em que as pessoas fazem piadas, se divertem e lucram com piadas racistas”, disse.

 

Flávia Albaine, defensora pública e professora universitária, aponta que, a solução para crimes raciais envolve toda a sociedade e os poderes públicos.

“A reparação e a solução para este tipo de prática não é uma solução simples, é uma solução complexa, que envolve diversos atores sociais e uma conscientização coletiva de combate ao racismo”, explicou.

O psicólogo expõe que, “celebrar a consciência negra é retomar a nossa luta. Não há ruas, não há edifícios, não há história desse país que não conte com o sangue de pessoas negras”.

Por Thaís Nauara, g1 RO

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