No País do Tico e Teco*
Por mais um neurônio de Einstein
Por Geraldo Gabliel
ELIDA RIBEIRO
21300 99th SE, Snohomish,
SEATTLE – WA
UNITED STATES OF AMERICA
Do alto do Space Needle¹ – cartão-postal mais famoso de Seattle, avista-se o AP da Jovem Elida, com direito à vista mais nobre da paisagem cosmopolita da cidade de Grey’s Anatomy que é ambientada no Seattle Grace Hospital. Geh Latinus andou por lá, na companhia da moça, era tempo de Natal e o clima de Xmas (Chistmas Celebrations) contagiava a gente, e dava um brilho e movimento especial à cidade.
Elida não é uma garota comum. Se o próprio Einstein tivesse que discutir física quântica com ela, provavelmente acabaria precisando de um café forte e de umas boas horas para reorganizar seus neurônios. Mas naquela manhã, enquanto degustava seu brunch, ela não estava desvendando os mistérios do universo – estava explicando para seus gatos (sim, gatos: felinos) o funcionamento do “triturador de alimentos” da pia da cozinha – uma facilidade no trabalho doméstico:
– Americanos têm essa engenhoca aqui – dizia, apontando para a pia como quem apresentava uma descoberta científica -, e isso nos livra dos restos do brunch sem precisar fazer sacrifícios à divindade da reciclagem.
Mas claro, a culinária americana não se resume apenas a praticidade do brunch. Apesar da fama internacional dos hambúrgueres e das batatas fritas crocantes, a comida nos EUA é um verdadeiro mosaico global. Tex-Mex, Sushi, Curry – tudo devidamente importado e adaptado para satisfazer paladares que não aceitariam algo mais exótico, como, digamos, carne de cobra.
– Aqui, a gente não engole cobras – continuava Elida, ajustando seus óculos com um olhar conspiratório -, nós as destruímos no voto.
Isso me pareceu um pouco de ironia – lembrou-me de uma tal Lei Magnitsky Act, já vigente por lá para aplicar sanções ao americano e/ou empresas que infringirem os direitos humanos de alguma pessoa; bem como o “direito à expressão” do cidadão, garantido pela 1ª Emenda da Constituição Americana – que protege a liberdade de expressão, imprensa, religião, reunião e petição ao governo. Esta Lei estabelece que o Congresso não pode criar leis que restrinjam esses direitos dos cidadãos americanos, mesmo que estes estejam noutros países.
Embora, nos EUA, haja um controle rigoroso da entrada de pessoas no país, algo indesejado pode passar pela vigilância das fronteiras – nem sempre algo bom! Foi o caso do Coronavírus que, no início de 2020, de acordo com a imprensa americana, um viajante da China foi diagnosticado com o tal vírus em Seattle (COVID 19) – 1º caso registrado nos Estados Unidos. E Elida, universitária, sendo Au Pair, como frequentaria casas de americanos para cuidar de suas crianças, levá-las à escola, preparar suas refeições, acompanhando as atividades diárias dos kids com o vírus à solta no ar e, assustando a todo o mundo?
– Outro evento marcante em Seattle foram as manifestações do movimento BLM (Black Lives Matter) – criado em 2013 – um movimento social que denuncia a violência policial e o racismo contra pessoas negras. A morte de George Floyd em 2020, por um policial branco, foi um ponto de viragem que impulsionou o movimento para um novo nível de visibilidade e apoio, tanto nos EUA quanto globalmente. Seattle, como outras cidades americanas, foi palco de grandes manifestações BLM – confrontos agressivos entre manifestantes e a polícia. Recebíamos alertas pelo celular, e ficamos acuados em casa, pois além da contaminação com o Coronavívus, corríamos o risco de sofrer agressões na rua.
A expressividade dos americanos de Seattle – Washington State, vai além das sua série de televisão e, dos movimentos reivindicatórios de direitos humanos, aliás, isso já se expressava na sua música pelo movimento Grunge³ que eclodia por lá, com bandas como Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden e companhia, distorcendo suas guitarras nas telas da MTV, […] com uma galera ia a todo canto de bermuda ou calça jeans rasgada com camisa xadrez de flanela.
Subgênero do rock alternativo, o movimento Grunge surgiu no final da década de 1980, por influência do hardcore punk, heavy metal e indie rock. Apresenta letras introspectivas e uma estética anticomercial, com abordagem à alienação social, autodúvida e desilusão, refletindo a experiência de uma geração de jovens que se sentiam desconectados do mainstream da música. Este movimento ganhou popularidade com bandas como Nirvana, Pearl Jam, e sua influência ainda é sentida na música moderna.
Elida, que traz consigo os princípios da vida cristã desde a infância, na Universidade, observa a vivência e teses de seus colegas mais acalorados com a ciência e a tecnologia – ela não vê dicotomia entre Ciência e Religião – diz: o que Einstein não explica, entendemos pela fé. Toda Ciência tem sua gênese explicada no ID – Intelligent Design. A tecnologia, mesmo a que chamamos de IA (Inteligência Artificial) é resultado das sinapses que ocorrem no cérebro humano – consciência orgânica.
E é assim que Elida, com o texto no contexto, em sua genialidade, analisa o comportamento humano e sua inter-relação social e científica.
¹https://rotadeferias.com.br/o-que-fazer-em-seattle/
²http://www.milaemseattle.com/2012/06/mais-uma-fa-de-greys-anatomy.html ³https://www.cifraclub.com.br/blog/grunge/ Acesso em 25 de maio de 2025.