Se você estiver distraído mexendo em suas redes sociais no celular e de repente vir um vídeo de um deputado federal de touquinha com olhos arregalados, defendendo aos gritos projeto prevendo pena de prisão para carnavalescos que ofendem Jesus ou falando de projeto para isentar igrejas de impostos, não se assuste. É só o Fernando Máximo (União Brasil-RO) fazendo uma espécie de pré-campanha para a prefeitura de Porto Velho. Estamos em ano de eleições.
À primeira vista pode até parecer que se trata de um político sem noção, estabanado, mas não é nada disso. Aparentemente o médico tenta se aproximar de lideranças religiosas em busca de apoio político para tentar virar prefeito. Não que as igrejas não mereçam apoio, pois desenvolvem um importante trabalho social, chegando onde o poder público não chega. Acontece que em alguns casos ações como a de Fernando parecem um pouco com moeda de troca.
Ele deveria era apresentar um projeto prevendo mais anos de cadeia para quem mete a mão em dinheiro da saúde, por exemplo. O nobre parlamentar parece não ter entendido que alguém desviar dinheiro do povo durante uma pandemia é uma ofensa muito maior a Jesus do que carnavalescos ficarem pulando na avenida.
E por falar em pular, o deputado federal Fernando Máximo estaria de malas prontas para saltar para o PL, deixando o União Brasil, já que aparentemente o partido estaria dificultando uma eventual candidatura dele a prefeito de Porto Velho.
Fernando também estaria dizendo por aí que agora não deve mais nada ao governador. Aparentemente, na cabeça do médico já está tudo certo.
É o máximo da traição política, pois Fernando se elegeu no palanque do governador Marcos Rocha (União Brasil), e agora se prepara para ingressar no partido presidido pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), principal adversário de Rocha. Fernando decidiu trocar de Marcos, pelo jeito.
O Rogério, senador conhecido também como Rolando Lero, pois conversa muito e apresenta pouca ação concreta, deverá garantir a pré-candidatura de Fernando. Em se tratando de movimentação política, é o máximo.
O mínimo que poderia se esperar de Fernando era o máximo de coerência, já que a facilidade de sua eleição a deputado federal se deve aparentemente ao fato de ter sido secretário no governo Marcos Rocha, e ter aparecido bastante na televisão falando de covid. Isso enquanto aparentemente era desviado dinheiro público em processo de compra de kits de teste rápido.
Diante da situação, a Assembleia Legislativa parece muito parada. Já passou da hora de formar uma comissão para investigar o que aconteceu na Sesau administrada por Fernando Máximo durante a pandemia. Há fortes indícios de desvio de dinheiro público. E um caso mais sério do que o desvio são as mortes que aconteceram. Será que gente morreu enquanto a equipe de Fernando supostamente demorou a agir? Os deputados estaduais não estão cumprindo com o dever institucional de fiscalizar e apurar, só porque quem comandava a pasta agora é um deputado federal?
Nos bastidores políticos chegam a dizer que aconteceu o máximo da roubalheira na Sesau, durante a pandemia, pois muita coisa foi comprada sem todos os trâmites exigidos pelo processo licitatório normal. E então, deputados estaduais. Vão ficar quietos?