A primeira semana do ano está chegando ao fim. 2024 chegou “começando no começo”, como diz o povo da roça. Estamos caminhando para o final do mês e iniciando o ano, que é eleitoral, pois em outubro próximo serão realizadas as eleições de prefeitos, vices e vereadores nos mais de 5,5 mil municípios brasileiros com muitos concorrendo à reeleição, outros pela primeira vez, e vários terminando os mandatos, no caso prefeitos e vices, porque foram reeleitos em 2020 e não podem mais concorrer ao mesmo cargo.
Sem pretensões de ser o dono da verdade em uma Opinião fracionada em duas partes (hoje e amanhã), vamos fazer um balanço de forma genérica, sobre o desempenho dos prefeitos nos principais municípios de Rondônia e de as possibilidades futuras. Alguns estarão na disputa por um novo mandato, outros terminando o segundo e se preparando para saltos mais ousados na política, mas empenhados em eleger o sucessor.
Ji-Paraná é segundo maior colégio eleitoral de Rondônia, em torno de 100 mil eleitores. Em 2020 foi eleito prefeito Isaú Fonseca, hoje no União Brasil. Teve problemas com denúncias de irregularidades em licitações em julho de 2023. Foi afastado do cargo assumindo o vice, Joaquim Teixeira (MDB), que foi prefeito até a primeira quinzena de dezembro último, quando a mesma Justiça reconduziu Isaú ao cargo.
Caso não tenha mais problemas Isaú é um forte candidato à reeleição, mas tem adversários de enorme força política como o ex (prefeito e deputado estadual) Jesualdo Pires (PSB), o deputado estadual reeleito com a maior votação à Assembleia Legislativa (Ale), nas eleições de 2022, Líder do Governo no legislativo estadual com 25.603 votos Laerte Gomes (PSD). O vice, Joaquim Teixeira poderá entrar na disputa, assim como o ex-secretário de Estado, João Durval, presidente do diretório municipal do PP.
O PT, que se reestrutura no Estado é presidido em Rondônia pelo ex-deputado federal, Anselmo de Jesus Ele tem a filha, a deputada estadual Cláudia, um nome sempre lembrado quando se trata de eleições municipais na “Capital da BR”, mas ela estaria disposta a cumprir os 4 anos de mandato no legislativo estadual.
Quem não deverá ter dificuldades para se reeleger é o prefeito de Ouro Preto do Oeste, Alex Testoni, cargo que ocupa pela terceira vez. É um administrador organizado e tem muita experiência política. Testoni já teve passagem positiva na Ale-RO onde ocupou o cargo de 1º secretário. Terá que se dedicar na campanha, caso opte pela reeleição, se o ex (prefeito, deputado estadual e federal e chefe da Casa Civil do Governo do Estado), Carlos Magno entrar na disputa.
Apesar de pressionado com intensidade por boa parte de vereadores, o prefeito de Cacoal, ex-deputado estadual Adailton Fúria (PSD) caminha com celeridade na busca de um novo mandato. Tem realizado um trabalho, que agrada a maioria da população, não aos vereadores, o que é muito bom na administração pública, pois oposição é necessária, porque favorece o administrador a errar menos. Fúria consolidou sua força política em 2022, quando sua mulher, Joliane foi candidata à Câmara Federal pelo PSD, teve a sexta maior votação (24.630 votos) no Estado e não se elegeu devido a legenda. Fúria caminha com certa tranquilidade à reeleição.
O prefeito de Pimenta Bueno, Arismar Araújo Lima, o Delegado Araújo, eleito em 2020 pelo Patriota, comandou o município por um mandato tampão de janeiro de 2019 a janeiro de 2021. Se tiver condições legais, porque administrou o município com mandato-tampão por dois anos, de concorrer à reeleição não terá dificuldades em conseguir um novo mandato. Está bem posicionado junto à população.
Vilhena, município de maior importância social econômica e financeira do Cone Sul, está sendo administrado pelo prefeito Flori Cordeiro (Podemos), mais conhecido com Delegado Flori, eleito para um mandato-tampão até o final deste ano, após a cassação de Eduardo Japonês e a vice Patrícia da Glória, ambos do PV. Assumiu com entusiasmo, teve alguns problemas com os vereadores, mas foi se ajustando à realidade da administração pública e realiza um bom trabalho.
A disputa política em Vilhena é sempre bem concorrida. E, mesmo administrando com tranquilidade Flori tem a Família Donadon (Melki, ex-prefeito de Vilhena e Colorado do Oeste, Natan, ex-deputado federal; Marcos, ex-deputado estadual e a deputada estadual Rosângela), pelo meio do caminho, sempre um “osso duro de roer” na política regional.
Na sexta-feira (5) publicaremos a segunda e última parte abordando os municípios de Porto Velho, Ariquemes, Jaru e Rolim de Moura.