O projeto do “Festival Cultural: Reconstruindo o Quilombo” foi selecionado no edital que contou com a participação de 12 países.
O trabalho dos produtores culturais de Vilhena que fazem parte do Ponto de Cultura de Memória Diversidade Amazônica (ACEMDA) e do Ponto de Cultura de Memória e Mídia Livre Serpentário Produções ganhou reconhecimento internacional com a seleção do projeto “Festival Cultural: Reconstruindo o Quilombo” no Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes e Projetos de Trabalho Colaborativo 2023. As organizações culturais de Rondônia foram agraciadas nesta seleção que abrange projetos de 12 países entre eles Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Paraguai, Peru e Uruguai,
Segundo Andréia Machado, uma das produtoras culturais envolvidas no projeto, o Edital IberCultura Viva recebeu impressionantes 208 inscrições, sendo 157 delas consideradas habilitadas. Dentre essas candidaturas, 34 projetos foram selecionados, provenientes de 12 países membros do IberCultura Viva, destacando-se três projetos do Brasil.
Vanessa Vitória, outra produtora cultural envolvida, expressou sua alegria pela seleção: “Estamos muito felizes que nosso projeto tenha sido escolhido neste edital com participantes de vários países. Isso é o reconhecimento do trabalho que estamos realizando para a valorização da cultura local. Os projetos culturais promovidos pelos pontos de cultura Diversidade Amazônica e Serpentário Produções buscam celebrar a diversidade e a história da região amazônica”, destacou Vanessa Vitória.
O sociólogo e produtor cultural, Marcio Guilhermon informou que o “Festival Cultural Reconstruindo o Quilombo” está programado para outubro de 2023 e será realizado na Comunidade Santa Cruz de Remanescentes Quilombolas, localizada no município de Pimenteiras do Oeste, próximo à fronteira do Brasil com a Bolívia.
O produtor cultural Pietro di Amurinn disse que a previsão é que o evento conte com a participação de 500 pessoas da comunidade, engajadas em uma série de atividades que incluirão oficinas, palestras e apresentações artísticas.
Diversas atrações culturais estão sendo planejadas, conforme destacado pelo fotógrafo Washington Kuipers. Entre elas, haverá apresentações musicais, performances de poesia, exibições de documentários em vídeo, danças, exposições fotográficas e literárias.
Os produtores culturais Alexandre da Cruz e Bruno Vuolo ressaltaram a importância de oferecer oportunidades de aprendizado e preservação cultural à comunidade. Para isso, estão programadas uma palestra sobre a importância da preservação da cultura e identidade quilombola, uma oficina de dança afro-brasileira com 50 vagas e outra de artesanato com palha de buriti, onde a população aprenderá a confeccionar biojóias utilizando materiais encontrados na floresta.
Andressa Machado, também produtora cultural, enfatizou que o festival será de acesso gratuito para pessoas de todas as idades, possibilitando que todos tenham a oportunidade de vivenciar e apreciar a riqueza cultural da região.
“Estamos realizando esse projeto por meio da rede Diversidade Amazônica, que é composta pela Associação Cultural, Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Diversidade Amazônica (ACEMDA), e o Ponto de Cultura e Ponto de Mídia Livre Serpentário Produções. O festival tem o objetivo de valorizar a cultura afro-brasileira, combater o racismo, incentivar o protagonismo da comunidade de remanescentes quilombolas, promover uma convivência harmoniosa entre as diferenças existentes e fortalecer a cidadania e a igualdade entre os povos”, explicou Queitiane Rodrigues, também integrante do projeto.
Com o projeto selecionado, os produtores culturais de Vilhena esperam que o “Festival Cultural Reconstruindo o Quilombo” seja uma poderosa ferramenta para a construção de pontes culturais entre os povos da América, promovendo uma valorização ainda maior das riquezas e tradições regionais.