Prefeito cria cargos com vencimentos altos e paga pouco mais de um salário-mínimo para Bailarina da Praça; Tem gente muito interessada na suposta briga entre Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves (que não romperam)
Ajuda do mano
Esse poderia ser um novo programa social da administração de Léo Moraes (Podemos) em Porto Velho. Mas não! Ele só está dando uma bela força para o irmão, Paulo Moraes Jr., especialmente com dinheiro. Não sabemos o motivo de fato, mas desde o início da “nova” administração, ele é pré-candidato a deputado estadual no ano que vem.
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Léo Moraes não tem medido esforços em dar um supersalário para o irmão caçula, que já ganharia um belo salário como titular da Semdestur (quase 30 mil reais). Mas o mano que tem a caneta e a chave do cofre, criou um “jeton” (gratificação) bem gordo para que “Paulinho” participasse de um “grupo de trabalho” e reativar o passeio da Maria Fumaça na Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
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Teoricamente, ele já era bem remunerado pelo trabalho que ele deveria fazer. Ou pelo menos acompanhar. O problema é que ele estendeu a gratificação para outros membros do grupo, como o secretário-adjunto Aleks Palitot. Eu imagino como deve ser cansativo pegar um carro oficial, ir a uma reunião de meia hora na EFMM para definir “detalhes” e voltar para o ar-condicionado.
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Não bastasse isso, o site FatosRO descobriu mais um “afago” (e que afago!) que Leozinho deu para o manin: um supersalário de 45 mil reais em junho! Nem Léo nem nenhum outro secretário municipal recebeu tamanha bagatela “oficial”, pago com dinheiro suado dos porto-velhenses em forma de salário.
Faça o que digo…
Na sua estreia como prefeito, Léo Moraes vestiu o figurino do gestor responsável: falou em crise, em “rigidez fiscal”, na “herança maldita” da gestão anterior e prometeu apertar os cintos. A promessa era de austeridade. Mas, como sempre, o discurso ficou para o povão. Na prática, o corte de gastos parece ter um endereço bem específico — e não é na casa do irmão do prefeito.
Mas não faça o que faço!
Segundo o Portal da Transparência, Paulo Roberto Oliveira de Moraes Júnior, levou para casa a bagatela de R$ 45.758,88 líquidos em junho. No contracheque bruto, o valor ultrapassa os R$ 53 mil — isso somando salário, gratificações e um adiantamento do décimo terceiro. Sim, você leu certo: enquanto a população escuta sermão sobre crise, tem secretário familiar recebendo bônus.
Riqueza
No total, apenas no primeiro semestre de 2025, Paulo Júnior já abocanhou mais de R$ 216 mil em dinheiro público. Uma média mensal que não combina nem um pouco com o discurso de “eficiência” e “modernização” da gestão. Enquanto a prefeitura despeja nas redes sociais uma enxurrada de cards e vídeos com promessas de economia, o núcleo duro do governo — especialmente o núcleo com o mesmo sobrenome do prefeito — segue com os privilégios intactos.
Diferenças
E a riqueza também é distribuída para amigos e ex-rivais. O ex-vereador Isaque Machado tem um salário bruto de R$ 35.350,90 por ser assessor. O ex-vereador Rai Ferreira, como superintendente adjunto, coloca no bolso R$ 23.854,35 (brutos) e o ex-vereador pastor Sandro conseguiu um pouco menos: R$ 11.950,30 para ser assessor de Política Governamental.
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Enquanto estes acima, que eram aliados fiéis de Hildon, Mariana Carvalho e companhia garantem salários de dois dígitos, a querida Bailarina da Praça (que se recupera de um tratamento de câncer no pâncreas) conseguiu umas “migalhas” com aquele que ERA “coligado com o povo”: vencimento de R$ 1.729,02, pouco mais de um salário-mínimo, que hoje está na casa de R$ 1.518,00.
Trabalho ou emprego?
A Bailarina da Praça tenho certeza que trabalho muito pela cultura de Porto Velho. Mas os “eleitos” por Léo? Será que aparecem para cumprir expediente? Rai Ferreira chegou a ser vice-presidente da Câmara de Vereadores, mas era conhecido mais por faltar do que aparecer de carne e osso nas sessões… Devia ser muito cansativo ser parlamentar durante a pandemia né???
Mais cargos
E para o representante maior do Executivo Municipal, o céu não tem mais limite! Léo aumentou os cargos comissionados em 30%. Ele sancionou as Leis Complementares nº 1000/2025 e nº 1019/2025, onde aumentou os cargos comissionados de 1.645 para 2.149 — um aumento de 504 novos cargos, pressionando ainda mais o orçamento municipal.
Mais gastos
O impacto? Uma despesa de aproximadamente R$ 11,59 milhões por mês ou R$ 139 milhões ao ano, só com salários-base desses cargos. Detalhe: esse inchaço não veio acompanhado de um plano para melhorar saúde, educação ou infraestrutura. O que se vê é o uso da máquina para fortalecer o projeto político do irmão, Paulo Moraes, que quer disputar uma vaga na Assembleia Legislativa.
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Léo ainda assinou decreto remanejando recursos para dotação orçamentária da futura Agência Reguladora de Serviços e de Fomento no valor de R$ 5.716.000,00. O futuro presidente já está definido: será o ex-secretário-geral de Governo, Oscar Netto, demitido da função após o escândalo da carona de Ata de Registro de Preço da Plator Engenharia, cancelada após pressão do TCE/RO.
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A agência já existia na gestão Hildon Chaves, mas foi extinta logo na primeira semana da nova administração. Na época, Léo alegou economia de recursos. A justificativa era mero disfarce para uma vingança contra o ex-prefeito. Ele recriou a agência e aumentou suas despesas. Com 36 cargos e com salários de R$ 27.000,00 a R$ 5.561,00 o futuro órgão vai consumir R$ 5,2 milhões com salários, férias, décimo terceiro e encargos sociais.
Remanejamento
Os R$ 5,7 milhões movimentados foram tirados da Superintendência Municipal de Tecnologia da Informação e Pesquisa (SMTI), Procuradoria-Geral do Município (PGM) e outras fontes. A agência deve entrar em operação junto com a reforma administrativa do prefeito, a partir da próxima semana.
Perguntas
Se o próprio prefeito afirmou no início do mandato que “sabia que não tinha recursos”, como agora a prefeitura consegue assumir um compromisso financeiro tão alto? Por que priorizar cargos em vez de resolver os problemas urgentes da cidade? Enquanto isso, cargos estratégicos continuam vagos, processos travados e os serviços básicos seguem precários.
Nos bastidores
Mudando de assunto, mas ainda na política, me surgiu uma pergunta: a quem interessa dividir Rocha e Sérgio? Nos últimos dias, algumas narrativas começaram a circular nos bastidores da política local tentando criar uma imagem de rompimento entre o governador Marcos Rocha e o vice Sérgio Gonçalves. Mas a verdade é que essa tentativa de divisão parece interessar mais aos que torcem contra o governo do que aos próprios protagonistas dessa história.
Fazendo onda
Essa semana surgiu mais uma: a ADI contra a Assembleia e governador patrocinada pelo PL de Marcos Rogério é uma daquelas velhas táticas de surfar na onda, ganhar likes e o principal: atiçar o fogo no parquinho. Até porque Rogério é rival direto de Rocha desde as eleições 2022. Teve gente divulgando que o vice estava unido com o PL na ação contra o Rocha. Essa conta não fecha.
Cada um no seu quadrado
Sérgio tem se posicionado como pré-candidato a governador. Rogério também busca essa vaga. Não há espaço para os dois. No dia anterior ao protocolo da ADI, um apresentador de uma emissora local disse que um advogado lhe confessou que um partido entraria com a ação. E por coincidência, um advogado eleitoral conhecido é parceiro dessa emissora e, coincidentemente, atuou para o grupo do PL nas eleições de 2024.
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E está enganado quem acha que Sérgio Gonçalves ainda tem alguma ligação com Júnior. Eles são unidos apenas pelo sangue. O vice (que é o irmão mais velho) é do trabalho, coloca a mão na massa. Já Júnior (o caçula) é da articulação política, trabalha nos bastidores, além de ser vaidoso e gostar dos holofotes em cima dele. Mas cada um tem seu CPF e suas responsabilidades.
Interesses escusos?
Na minha opinião, está claro o objetivo dessa guerra de bastidores de jogar Rocha contra Sérgio: minar os projetos dele como senador, Luana Rocha (federal), Sandro Rocha (estadual) e de quebra do próprio Sérgio governador. A ideia é tocar fogo dentro de casa para que todos morram queimados e longe das eleições de 2026. E no final, o grupo que corre por fora é que se dá bem.
Plateia
Rogério já deu sinal. Hildon e Fúria estão só de camarote assistindo. Na política, divergências, brigas, bate-bocas dentro de casa sempre existiram e sempre existirão. Mas, como tudo na vida, é preciso ter maturidade. Como já deixei claro por aqui, não curto muito o Rocha. Mas, se eu tivesse que dar um conselho de sobrevivência política eu diria: deixem essas picuinhas públicas de lado.
Sem plateia para conversar
E continuando: sentem para uma prosa de gente grande, longe de assessor, fofoqueiro ou curioso (especialmente jornalistas ou advogados), lavem a roupa suja, chorem, perdoem-se e tirem uma foto juntos. Ah, gravem um vídeo com uma mensagem de união por Rondônia e pronto. É assim que a política funciona.
União sempre é melhor que briga
Porque, no fim das contas, um depende do outro em 2026. Rocha precisa de Sérgio para manter a base sólida que construiu até aqui e ajudar a família. E Sérgio precisa de Rocha para se fortalecer nessa pré-campanha até abril, quando Rocha terá que se afastar.
*Esta coluna foi escrita utilizando informações divulgadas pelos sites FatosRO (nos dias 24 de junho e 03 de julho) e Rondoniagora (no dia 03 de julho).
A coluna Ponto Crítico é assinada pelo jornalista FELIPE CORONA
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