A classificação das candidatas será por meio de sorteio realizado pelo IFRO Campus Jaru, e análise dos dados informados, atendendo ao quantitativo de vagas estipulado no edital. As aulas serão realizadas no formato presencial no próprio Campus Jaru, com previsão de início em agosto de 2025.
O público-alvo inclui moradoras de zonas urbanas periféricas, privadas de liberdade, cisgênero e transgênero, em situação de violência doméstica e de vulnerabilidade psicossocial, entre outras. Para participar, é necessário atender aos seguintes requisitos de inscrição: ser do sexo feminino, ter completado o Ensino Fundamental II, comprovar situação de vulnerabilidade e risco e ter idade mínima de 16 anos.
O Programa Mulheres Mil visa a promover a qualificação profissional e a inclusão educacional, produtiva e social de mulheres em situação de vulnerabilidade e risco social. Realizado na Linha de Fomento da Bolsa Formação – Programa Mulheres Mil – Rede Federal – 2025, no âmbito da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), do Ministério da Educação (MEC), para oferta de cursos de qualificação profissional ofertado na modalidade presencial.
Curso FIC
O curso ofertado no edital é de formação inicial em Assistente em Recursos Humanos com carga horária de 160 horas, na modalidade presencial referente aos cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) financiados pela Linha de Fomento da Bolsa-Formação do Programa Mulheres Mil.
A estudante que for selecionada poderá receber uma Bolsa aluna no valor de R$ 2,00 por hora/aula frequentada no curso. As que obtiverem 75% de frequência ao curso e alcançarem aproveitamento suficiente receberão o Certificado de Formação Inicial com a carga horária total de 160 horas, conforme o Regulamento de Certificados e Diplomas e o Regulamento dos Cursos de Formação Inicial e Continuada do IFRO.
Para acessar o Edital nº 0079/JARU/IFRO completo, clique aqui.
Acadêmicos de Engenharia Florestal do IFRO visitam aldeia Karo Arara e conhecem experiências em etnoturismo e agrofloresta
Estudantes e servidores ligados ao Curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Ji-Paraná, realizaram visita técnica à aldeia Paygap, do povo Karo Arara, localizada na Terra Indígena Igarapé Lourdes. A atividade ocorreu na terça-feira, 1º de julho, com o objetivo de aproximar os participantes das práticas sustentáveis desenvolvidas pela comunidade indígena, incluindo o Sistema Agroflorestal (SAF) e o projeto de etnoturismo Te Xaragá.
Durante o percurso até o espaço de etnoturismo, os visitantes conheceram um SAF implantado e manejado pela própria comunidade, que reúne culturas como banana, café, mandioca, pimenta, maracujá e mamão. A Coordenadora do projeto e liderança indígena Shirlei Arara compartilhou informações sobre a produção e comercialização dos alimentos cultivados. “Te Xaragá significa ‘nosso coração, nossa vida’. É um espaço sendo preparado para receber visitantes e gerar renda de forma sustentável, mantendo a floresta em pé”, afirmou.
A Professora Lediane Fani Felzke, da disciplina de Ética Profissional, Direitos Humanos e Relações Étnico-Raciais, destacou o papel formativo da atividade. “É importante oportunizar aos futuros engenheiros florestais o conhecimento acerca dos modos como os povos indígenas se relacionam com a natureza, suas formas de manejo, sua ciência, e tornar mais horizontal a relação entre a academia e as comunidades amazônidas, de forma que haja uma troca de saberes com respeito e aprendizado mútuo”, avaliou
A estudante Kelrely Gambeti Farias relatou que a experiência foi significativa. Segundo ela, “essa visita técnica à aldeia Paygap, da etnia Karo Arara, nos proporcionou uma vivência enriquecedora ao integrar os conhecimentos das disciplinas de Ética Profissional, Direitos Humanos e Relações Étnico-Raciais com a prática dos Sistemas Agroflorestais”.
A atividade foi organizada pela Coordenação do curso de Engenharia Florestal e docentes das disciplinas ligadas à formação profissional. Além de proporcionar o contato direto com modos de vida tradicionais, a visita reforça a importância de práticas sustentáveis e do respeito às populações indígenas como parte essencial da formação no IFRO.
Estudantes do Campus Zona Norte desenvolvem jogo inclusivo que ensina ODS a crianças autistas
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus Porto Velho Zona Norte, busca a formação de profissionais com sensibilidade social, visão crítica e capacidade de inovação. Uma das mais recentes expressões desse compromisso foi a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “ODS Adventure: Uso da Gamificação no Ensino dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para Crianças Autistas”, desenvolvido pelos estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Sistemas para Internet: Gabriel Morais e Daniel Gaio.
Orientado pelos Professores Ivanilse Calderon e Felipe Maia, o projeto propõe uma solução tecnológica inclusiva para um desafio real: promover o acesso de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ao conhecimento sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela ONU (Organização das Nações Unidas). Para isso, os estudantes desenvolveram o protótipo de um jogo educacional no estilo RPG, que utiliza recursos de gamificação como ferramenta pedagógica acessível, lúdica e significativa para esse público.
A proposta foi estruturada com base no Design Thinking e no modelo Double Diamond, conduzindo todas as etapas do desenvolvimento — da empatia com o público-alvo à entrega do protótipo funcional. O jogo está, atualmente, em fase de avaliação por especialistas como psicopedagogos, terapeutas e educadores, que analisam sua aplicabilidade e impacto na aprendizagem.
Para Gabriel Morais, a experiência foi transformadora: “Desenvolver o ODS Adventure foi muito especial. A ideia de criar um jogo que ensina os 17 ODS para crianças autistas nos motivou desde o começo. Aprendi muito, não só sobre programação, mas também sobre inclusão e como a tecnologia pode ter um papel social importante”. O acadêmico também destacou o desejo de seguir aprimorando a proposta: “Os próximos passos envolvem desenvolver o jogo por completo, testá-lo com crianças autistas da educação básica e registrá-lo no INPI”.
Daniel Gaio, coautor do projeto e estudante autista, trouxe uma dimensão ainda mais profunda à proposta. “Como autista, esse projeto teve um significado ainda maior pra mim. Pude usar minha experiência pessoal pra ajudar a pensar em como o jogo poderia ser mais acessível e acolhedor. Aprendi muito sobre como adaptar a tecnologia pra diferentes formas de aprender”, afirmou.
A apresentação do trabalho foi acompanhada por uma banca avaliadora composta pelos docentes Mariela Tamada, Alan Jhone, Renato Almeida e Francelena Arruda, que destacaram a relevância e a sensibilidade da proposta. Para Alan Jhone, Coordenador do Curso de Sistemas para Internet, o trabalho representa “uma significativa contribuição para a educação ao integrar dois temas de extrema relevância: os ODS e a educação inclusiva”. Ele também ressaltou o comprometimento da equipe e o potencial prático da iniciativa.
A Professora Mariela Tamada apontou que o projeto foi construído de forma transversal, com base em diversas disciplinas do curso, destacando sua criatividade e propósito social. Já a Professora Francelena Arruda avaliou que a proposta atende de forma adequada às necessidades pedagógicas de crianças com TEA, promovendo o equilíbrio entre estímulo e desafio no processo de aprendizagem.
O percurso dos estudantes, especialmente o de Daniel Gaio, foi acompanhado com proximidade e afeto pela psicopedagoga Alderlene da Silva Costa, que relatou o impacto emocional de ver o projeto chegar à defesa. Para ela, o trabalho é fruto de acolhimento, parceria e superação. “Daniel enfrentou inúmeros desafios ao longo do caminho, mas sua conquista é prova de que, com apoio e sensibilidade, é possível superar barreiras. O papel de Gabriel também foi essencial, não apenas como parceiro de trabalho, mas como suporte afetivo e acadêmico”. Alderlene também destacou a presença constante da família de Daniel como base fundamental para que ele não desistisse. “Cada pequena conquista foi uma grande vitória”, completou.
Mais do que uma entrega acadêmica, o ODS Adventure reafirma o papel do IFRO Campus Porto Velho Zona Norte como instituição comprometida com a formação cidadã, ética e inclusiva. Os docentes apontam que projetos como esse mostram que a tecnologia, quando orientada por valores humanos, pode se transformar em ponte entre conhecimento, empatia e transformação social.